sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sweet May

Podem chamar-lhe de paixão se quiserem, mas não é nada disso que aconteceu e também não é sobre isso que vou falar.
Vou falar de uma atracção súbita, irresistível e inexplicável. Vou falar de um calor que faz com que o meu sangue praticamente entre em ebulição quando te vejo.
Como se não bastassem os 30º C que se fazem sentir, inundaste-me tu também com o teu calor, com a tua masculinidade, e quase que consigo sentir o meu coração pulsar para fora do meu tímido decote com tamanha excitação. Não faço qualquer tipo de expectativas, nem construo um conto de fadas… muito pelo contrário, a única história que te quero contar é a do mais belo livro de anatomia humana.
Sabes que consigo descrever com pormenor todo o teu corpo?
Posso falar do teu gigante 1,89m todo ele completo pela mais perfeita musculatura e pilosidades tão tipicamente masculinas e o teu rosto... o teu rosto apenas consigo comparar a algo agridoce e misterioso. É o teu ar duro, rude, forte e até bronco que me faz respirar fundo e me deixa as pernas a tremer.
Agora querido, cuidado, não sou pessoa de desistir. Especialmente quando tu és o que esta em jogo e quando já perdi o medo de me queimar.

Save me from hell.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

"Não, não basta um minuto de felicidade para encher a vida de um homem, porque a vida de um homem é feita de muitos minutos e cada um deve trazer-lhe mais do que uma doce e ténue recordação de algo precioso que teve e que perdeu. Não bastam dias de sonho, semanas de paixão, meses de elevação e vontade, porque a verdadeira vida é a que se constrói todos os dias, feita de gestos, atenções e cuidados, pequenos nadas que são quase tudo. E como de ti já não tenho nada, resta-me fechar as portas e desejar que encontres o que queres no caminho que escolheste."

Margarida Rebelo Pinto, in Diário da Tua ausência

sábado, 16 de maio de 2009

"A Janela de Mariana" - Prólogo

Soube logo que alguma coisa não estava bem, sentia que nada estava bem. Mais do que sentir via, via as manchas roxas debaixo dos olhos para os quais eu me perdia a olhar, a barba de alguns dias por fazer, o cabelo desalinhado e as unhas roídas. Aquele não era o homem que eu estava habituada a ver, o homem que me cortava a respiração cada vez que me tocava.
Quando abri a porta sorri-lhe e ele respondeu-me com um abraço, um abraço como se tivesse a sua vida por um fio, como que quisesse permanecer agarrado a mim para sempre. Quando finalmente nos separamos deu-me um beijo rápido, como se me fosse beijar o resto da vida e entrou em casa.
- Preciso de falar contigo – disse-me ele.
Olhei para o meu futuro marido, para a minha paixão de adolescente e perguntei-lhe o que se passava.
- Desculpa Mariana, desculpa… - respondeu-me ele antes de começar a soluçar, antes de as suas pernas não suportarem mais o peso do seu corpo, antes de cair aos meus pés.
Eu ajoelhei-me junto a ele, e disse-lhe que estava tudo bem, que tudo tinha solução.
- Eu trai-te, eu dormi com outra pessoa - disse ele.
E eu gelei, não podiam ser verdadeiras aquelas palavras que lhe saiam da boca, da boca que me tinha dado o meu primeiro beijo, da boca que me tinha pedido em casamento e que tinha dito que eu era o amor da sua vida…
- Porquê? – Perguntei-lhe eu
- Não sei… Saí com uns amigos e acabei por beber demais. Estava exausto, com saudades tuas… Não sei o que me passou pela cabeça… Desculpa-me Mariana… Desculpa… Eu amo-te….
- Não, Salvador… Não…
E agarrou a minha mão, e apertou-ma implorando que o desculpasse. Quando levou a minha mão à sua boca a beijar eu tirei a mão e levantei-me, limpei as lágrimas da minha cara e disse-lhe que levasse todas as suas roupas e que desaparecesse da minha vida. Depois disto, jurei que seriam as últimas palavras que lhe diria, que seria a última vez que o via…
Calcei a primeira coisa que encontrei e agarrei nas chaves e sai de casa, sai sem voltar olhar para trás, sai sem ouvir os seus murmúrios contínuos de desculpa e de paixão eterna.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Missing

“És a única pessoa por quem até hoje senti de uma forma absurda e incompreensível a emoção da paixão.”


Hoje decidi partilhar-te com o Mundo.
Precisei de “gritar ao Mundo” uma das frases que me escreveste para provar a mim própria que existes, que exististes e que o que aconteceu, apesar de inconsciente, foi real. Preciso de verificar que esta frase é tão preciosa, bela e importante para os outros, como é para mim.
No fundo, a única garantia que preciso é a de que foste verdadeiro. Preciso de acreditar que as horas que gastei (gastámos) não foram em vão, preciso de acreditar que estas palavras não tiveram origem nos teus dedos, mas no teu coração, preciso de acreditar que a única razão pela qual ainda me fazes esperar é a tua dignidade, a tua superioridade e capacidade de agir sempre bem evitando magoar-me e as pessoas que te rodeiam.
Quantas vezes me chamaste injusta e quantas vezes eu concordei e continuo a concordar, mas esta posição deve-se à contaste necessidade que tinha e tenho de ti. Sim, é ridícula esta minha necessidade, mas se for pensar é ainda mais ridícula a forma como surgiu esta paixão. É ridícula a saudade que sinto e que tenho a certeza que também tu sentes.
Não tens ideia de quanto esta espera me deixa louca. Procuro-te todos os dias, sem excepção e a cada de dia que passa a “ausência” torna-se ainda mais dolorosa. Ainda assim não desisto, enquanto não me disseres objectivamente que já não me queres não desisto. Enquanto eu te quiser e sentir a tua falta, não desisto.
Deixo, para ti, encostada a porta a vida para que voltes para mim sempre que quiseres…

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Supõe

Vamos supor que tudo o que te disse é verdade.
Vamos supor que te apaixonavas loucamente por uma mulher real, de carne e osso, com emoçoes, sentimentos e desejos que por esta altura já eram muito semelhantes aos teus. O que farias?
Imagina que esta mulher cedia e permitia que entrasses na sua vida. O que fazias querido? Terias conversas interminaveis pelo telefone? Desejarias-a todos os dias e todas as noites enquanto dormes ao lado de outra mulher? Sentirias a mesma paixão arrebatadora e inexplicável que sentes agora? E depois? Depois, meu querido, não pararias... Não pararias até conhecer essa mulher, a mulher dos teus sonhos, desejos e pensamentos; não pararias até essa mulher ser tua...
Sabes o que ia acontecer? Serias o homem mais apaixonado. Apaixonado pelas palavras que ela apenas falava para ti, pelas covinhas que se vincam nas suas faces quando ela sorri, pela forma como ela ajeita o cabelo contra o vento, pelo seu gesto inseguro de trincar suavemente o lábio inferior. E depois, torno eu a perguntar? Pensarias em abandonar uma vida de sonho? Pensarias na possibilidade de rasgar o contrato onde assinaste e prometeste para sempre?
Tu sabes que não. Tu sabes e ela sabe. Defendo fortemente esta minha posição porque ainda acredito que te conheço. Acredito que conheço a tua essencia, a tua solidão, os teus desejos... Acredito que as tuas vontades não são muito diferentes das minhas, no entanto entre elas há um caminho longo e doloroso, caminho esse que nenhum de nós pode percorrer.
Por isso meu querido, agradece.
Agradece o facto da mulher dos teus sonhos não existir.
Agradece estares apaixonado por uma ilusão, ilusão essa que nunca te fará optar.
Agradece porque a tua paixão não foi, certamente, maior do que a paixão que ela sentiu e sente por ti.
Agradece porque "não há maior amor do que aquele que nasce e morre sem nunca ser relevado".

domingo, 3 de maio de 2009

Amor

A - m - o - r, quatro letras que marcam, inspiram e (até) criam vidas...
Todos procuram conhecer o derradeiro significado desta palavra, desejam conhecer a sua essência e por isso buscam o amor, procuram amar e ser amadas na verdadeira plenitude da palavra. Há quem afirme de pés juntos que o amor à primeira vista existe, há quem diga que são necessários meses ou anos para amar uma pessoa, há quem acredite que o amor apenas se constroi com amizade e há ainda quem defenda que o amor é uma história para tolos, que é uma ilusão e que o conceito que existe mais próximo do amor é o sexo.
Eu tenho um conceito muito próprio do amor... Acredito que em todo o Universo existe apenas uma pessoa que é O Amor da nossa vida... Acredito fielmente nisso! Acredito que esse amor por vezes é encontrado numa das avenidas do destino e ai é saber conservar esse amor, contudo há quem não tenha essa sorte... Há quem insista em caminhar nas avenidas erradas, nos dias errados tornando impossivel este (re)encontro!
O amor existe! Pode não ter 1.80m, 76 kg, uns belos olhos azuis, um tom de pele bronzeado e uns dentes fantásticos, mas existe! É apenas preciso caminhar de cabeça levantada e assim olhar de frente todas as oportunidades... Até porque de outra forma é impossivel encontrar O Amor.
É importante não criar ideias pré-efeitas nem um modelo... É importante amar sem se perceber que se está a amar... É importante amar alguém "ser querer", por mero acaso.

Foi o acaso que me levou até a ti, contudo foram as minhas acções que nos afastaram.
Não vou chamar amor ao que sinto por ti, vou-lhe chamar paixão e amizade, conceitos que nem sempre são convergentes com o amor e muitas vezes são confundidos, sendo necessário por isso este parênteses. Por ti senti a mais profunda paixão e encantamento...

Amor ou amar é algo que acontece, com muita sorte, uma vez na vida...