quinta-feira, 12 de março de 2009

Desencontro

Já não me consigo encontrar...

Perdi-me nos campos verdes, com aroma a primavera, onde os insectos bailam e rodopiam perfeitamente, como se tivessem no mais belo salão de baile... Campos esses onde costumo chamar pelo teu nome, como quem chama pela vida... Ou será que me perdi nas ruas sujas, sombrias e desertas? Se pensar bem, tenho a ideia de que as ruas de Lisboa não são assim tão desertas, mas já não tenho a certeza... Sei que passo nelas todos os dias, sei que os meus pés assentam na calçada gasta e cansada (que pensando bem, é muitissimo parecida comigo) mas não sei exactamente por onde passo, nem as pessoas que vejo... De vez em quando vejo sombras e ouço ruidos, mas quando rodo a cabeça procurando o som e os donos das sombras... desaparecem... E fico... fico, não sei muito bem onde...

Sabes, um dia destes gostava finalmente de me encontrar! A sério que gostava... Gostava de conseguir dormir de novo sozinha, gostava de ouvir o som de uma gargalhada, gostava de não olhar em volta quando ouço uma coisa a que acho piada procurando o teu sorriso, gostava de olhar para alguém e de não o comparar contigo, gostava de me encontrar...

Às vezes não resisto, e comparo-te a uma droga absolutamente terrivel e destrutiva ou a uma doença... Acho que quando te gravei na pele fiz-te entrar não só na minha pele, na minha vida e na minha cabeça, mas também no meu sistema... E assim espalhaste a mais terrivel doença em mim... contaminando o meu corpo... contaminando-me...

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