terça-feira, 20 de outubro de 2009

Primeiro dia do fim

Hoje foi o último dia em que sai á rua a cantarolar o teu nome enquanto caminhava distraída nas ruas do passado, o último dia em que desenhei o teu nome no espelho, depois no banho e o último dia em que chamei de meu amor.
Depois de todas as noites de elevação e promessas, manhãs radiantes e tardes divinas, quase roçando a perfeição, dizes-me que afinal faltam os sons às palavras, o tacto aos gestos, o aroma aos cheiros, ao sorriso as gargalhadas e a todos silêncios os suspiros de paixão. Afirmas do alto do teu pedestal que não foi amor mas sim uma enorme ilusão, negas todas as tuas vontades e dizes que apenas eram minhas… Explicas toda a minha irracionalidade como quem ensina, impacientemente, contas de somar a uma criança.
Hoje é o único dia que eu jamais imaginaria no futuro, o dia em que eu finalmente te consigo dizer “não”, sem qualquer receio nem dúvida.
Hoje é o dia em que eu escolho bater a porta do destino em vez de a deixar aberta, para ti, como quem espera a eternidade…
Amanhã vai ser o primeiro dia do fim, o primeiro dia em que eu voltarei a caminhar sem qualquer caminho traçado nem destino certo.
Será apenas o primeiro dia, o primeiro dia sem ti…

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